Um dos primeiros passos para iniciar a transição capilar é refletir sobre o que te condiciona a continuar com a química. E foi exatamente esse pensamento que levou a estudante de Jornalismo, Ananda Cantarino, a abandonar o relaxamento e a aceitar o volume natural dos seus cachos. Depois de passar 10 anos dependendo do procedimento, apenas seis meses foram necessários para Ananda concluir sua transição através do big chop. Confira a história capilar da estudante, suas dicas de tratamentos e aprendizados sobre o cabelo natural!
FD: Com quantos anos você fez a sua primeira química no cabelo? E qual foi o principal motivo?
Ananda: Acho que eu tinha nove anos quando eu fiz a primeira química e foi por causa do volume. Minha mãe já fazia relaxamento no cabelo dela e queria ver como o meu ficaria com essa química. A intenção inicial não era ficar nela por muito tempo, mas no final acabei me tornando "escrava" dela.
FD: O que você achava sobre o relaxamento e o que te levou a abandonar esse procedimento?
Ananda: De início, eu gostava muito de relaxar o cabelo, mas depois de um tempo eu comecei a achar muito cruel a obrigação de ter que ir sempre. O salão era muito cheio e as profissionais eram muito grosseiras, sempre arrasavam o meu cabelo, falavam mal e insistiam para que eu investisse nos produtos de lá. Depois de um tempo eu já não aguentava mais.
FD: Por que optou pelo big chop e com quantos meses de transição decidiu pelo corte?
Ananda: Eu fazia o cabelo de três em três meses, quando deu o terceiro mês decidi não voltar no salão e fiquei assim por mais três meses. No total foram seis meses sem fazer o relaxamento no cabelo, e optei por cortar logo porque não aguentava mais lidar com as duas texturas. Eu sou bem desapegada com tudo, então não foi um martírio cortar o cabelo todo.
FD: Para fazer o big chop você decidiu apostar no corte tapered. Como foi a escolha do estilo e o que te levou a realizar mais um corte depois desse?
Ananda: Eu achava esse corte muito bonito, mas ele acabou evidenciando mais ainda as minhas pontas lisas, e não foi uma escolha inteligente para o big chop. Então, logo no dia seguinte, eu resolvi cortar tudo em casa mesmo. E seis meses depois do segundo corte, eu também cortei o cabelo novamente para acertar.
FD: Quais foram suas maiores dificuldades após o big chop?
Ananda: Os comentários racistas sobre o meu cabelo seguidos de "elogios" que, na verdade, eram preconceitos disfarçados. Coisas do tipo "até que a sua raiz não é tão ruim assim, né?" ou em dias de day after "nossa, a coisa tá feia pro teu lado hoje, hein". Isso tudo eu ouvia da minha própria família.
FD: Como foi abandonar o uso de sulfatos, petrolatos e parafinas na sua rotina de cuidados?
Ananda: Foi uma escolha muito feliz porque eu queria ver o resultado que todos tanto falavam e eu amei como meu cabelo se deu bem com os produtos liberados. A única parte ruim é ter que manter esse cuidado diferenciado quando estou fora da minha rotina.
FD: Qual foi o maior aprendizado que você tirou de toda a experiência da transição capilar?
Ananda: A melhor parte foi sentir que eu estou cuidando e amando algo que é realmente meu, que nasceu comigo e reflete minha essência. Isso não tem preço e nunca vai mudar.