Aqui no Fique Diva as histórias sobre transição capilar sempre têm um espacinho em meio às dicas de tratamentos, penteados e finalizações. A gente entende que esse momento de autoaceitação é super libertador e bem complicado ao mesmo tempo, mas transforma a pessoa numa versão mil vezes melhor de si mesma quando acaba. E para que isso aconteça, não há limites de idade, classe social ou gênero. Como prova disso, hoje nós vamos contar a história do Gabriel Prata, que depois de muito relutar, decidiu deixar os cachos crescerem, mesmo que dessa forma, não se encaixasse mais nos padrões que eram impostos a ele. Dá só uma olhada nessa história!
Fazendo uma boa ação
“Estou deixando crescer para doar”. Essa era a resposta do Gabriel quando, há mais ou menos dois anos, começaram a perguntar porque ele não fazia mais o popular “corte militar”. Depois de duas tentativas de deixar os fios crescerem em 2003 e 2006, ele finalmente decidiu ficar longe da tesoura por um tempo só para saber se ia gostar. A ideia de doar para uma ONG que faz perucas para crianças que fizeram quimioterapia era, sim, um plano B, e seria colocado em prática se ele não gostasse do resultado. “Esse motivo me blindava de qualquer comentário que era obrigado a ouvir sobre o comprimento de meu cabelo. ‘Ah, ele está fazendo uma boa ação’, era a resposta que recebia das pessoas. Engraçado é que isso me deixava confuso, afinal, se meu cabelo era bonito para perucas, por que não ficaria bom em mim?”, conta o arquiteto e urbanista de São João da Boa Vista (SP).
A decisão definitiva pelos cachos veio pouco mais de um ano depois do último corte, quando Gabriel passou a frequentar o Centro Cultural Afro Brasileiro Chico Rei, em Poços de Caldas. “Percebi que estava próximo de pessoas que tinham os mesmos dilemas e que o que tinha sobre minha cabeça, além de um simples cabelo, era um símbolo de resistência”. Desde então, o paulista de 27 anos usa os cachos com orgulho.
A finalização, acessórios e os cuidados ajudam no estilo
Os cuidados diários de Gabriel com os cachos são básicos: ele usa shampoos e condicionadores sem sulfatos e petrolatos, creme de pentear, óleo de coco e um ativador de cachos no dia da lavagem. Seu método preferido de finalização é a fitagem, por causa do resultado inconfundível. Mas o gato também não tem receio de usar acessórios: das faixas elásticas usadas quando os fios ainda estavam curtos, ele passou para os lenços com amarrações diferentes, faixas e turbantes agora que os cabelos estão grandes e definidos. Para estilizar os fios de uma forma diferente, ele também usa o pente garfo para dar volume e fazer com um black power. Arrasou!